domingo, 4 de janeiro de 2009

Sobre Sentimentos e Internet

Eis que surge um novo sentimento. Um sentimento exagerado justamente por poder ser tão idealizado. No virtual , todo e qualquer sentimento torna-se o limite máximo de sua amplitude, por ser totalmente platônico. O objeto a ser consumido possui ferramentas para corrigir-se, mesmo que somente via web, qualquer falha real. Com isso, é óbvio que os sentimentos, tais como, carência, amor, ciúme, cumplicidade, ódio, amizade...são muito mais intensamente sentidos pois , sem compromissos, sem acordos, possuem caminho aberto para o não-limite. É muito mais fácil transpor as barreiras limitadas pelo real, quando alguém nos é desconhecido, não tocado, não sentido. Penso que sejam sentimentos desejados, precisam ser sentidos e que se quer vivê-los na vida, mas que nos compromete muito mais se colocados em prática. Na web, temos loguin e senha para os sentimentos. E com a mesma facilidade em que logamos nossos sentimentos virtuais, podemos fazer o log off. E é através deste novo sentimento que as pessoas podem viver intensamente sem correr riscos. Nocivo? Não. Pode ser um belo exercício de suportar frustrações, mesmo que simuladas. Erra-se com total segurança. Ao mesmo tempo, a confiança torna-se extremamente frágil neste ambiente. E talvez aí, esteja um ponto importante nesta relação.As pessoas conseguem amar ou odiar com a mesma intensidade , e, com a maior intensidade jamais sentida. Mas a confiança é uma só, é intocável. Aqui, podemos amar sem confiar, amar o amigo(a) também sem confiar. O virtual não abre possibilidade para a confiança. Espaço perfeito para a sedução. E, como tudo o que é novo demanda de um tempo de para que seja desmistificado, esperemos os sentimentos futuros ou os que forem conseqüência destes.

23/10/07

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